Diante do atual cenário que estamos vivendo, as escolas precisaram adaptar-se rapidamente ao formato de ensino remoto. Um desafio gigantesco para toda a comunidade escolar, incluindo a família. Um dos principais protagonistas impactado com esse cenário é o estudante, dentre eles estão os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo.
Caracteriza-se principalmente pela dificuldade de comunicação e socialização, além da presença de comportamentos e interesses repetitivos ou restritos por parte da criança com autismo. Ademais, estudos atuais já nos revelam a existência de inúmeras características variáveis, a depender da gradação do TEA.
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Dessa maneira, cada indivíduo no espectro dispõe de singularidades comportamentais de diferentes graus e até mesmo isoladas das características mais comuns. Justamente sob essa perspectiva, tal condição recebe o nome de espectro, tendo em vista que se apresenta numa pluralidade de características que se enquadram no autismo. Para tanto, o diagnóstico deve ser essencialmente clínico. Apesar das diversas pesquisas, estudos, acompanhamentos e tratamentos, o Transtorno do Espectro do Autismo é permanente.
Aluno com TEA realizando atividades escolares em classe comum, com acompanhamento do Professor [1]
Sobre sua origem
Acredita-se que uma das primeiras menções a esse transtorno ocorreu no século XX, em meados de 1943, com o psiquiatra austríaco Leo Kanner, ao perceber o comportamento atípico de algumas crianças com relação à necessidade, capacidade e relações sociais, a isto ele deu o nome de “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.
A partir daí, novas pesquisas começaram a se revelar, em virtude da grande quantidade de dúvidas e questionamentos por parte dos pesquisadores, psiquiatras e educadores que buscavam entender mais a respeito do que hoje conhecemos como autismo. Apesar dos avanços constantes levando em consideração diversos fatores além do desenvolvimento psicológico, como o social e o genético, outros aspectos continuam sendo um mistério em busca de compreensão para médicos que se empenham em examinar este assunto.
Quais são os sinais mais comuns do TEA?
- Dificuldade para interagir socialmente, por exemplo: manter contato visual, apresentar expressões faciais, gestos, expressar suas emoções e fazer amigos;
- Dificuldade de comunicar-se, atraso significativo na aquisição da fala ou não verbalização, uso repetitivo da linguagem e bloqueio para iniciar diálogos;
- Manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas (como girar as mãos, tremer as pernas), interesse em coisas específicas, sensibilidade sensorial a barulhos intensos ou até mínimos.
Quem deve acompanhar as atividades da criança no espectro autista?
A assistência dos pais, familiares e responsáveis em todo o processo de crescimento e evolução da criança com autismo é indispensável. Pensar e buscar desenvolver nela autonomia, dentro de um determinado limite, também se faz necessário, ao passo que são realizados os acompanhamentos médicos, essenciais não somente para o diagnóstico como também para delinear uma orientação individualizada, considerando as singularidades de cada paciente no espectro. Para isso, o apoio médico, de profissionais e da família torna-se uma tríade importante no acompanhamento do tratamento integral.
Além desses, os educadores desempenham um papel fundamental na inclusão de crianças no espectro do autismo ao convívio escolar, adotando estratégias de aprendizagem voltadas a estes alunos.
Como professores podem colaborar para uma inclusão eficiente desses alunos?
A inclusão de pessoas no espectro autista no ambiente escolar gera discussões relevantes entre pais e educadores que anseiam por uma instituição acessível e de qualidade em meio a tantos desafios, especialmente quando se trata de alunos com necessidades diferenciadas para a aprendizagem.
Para alcançar esse propósito de integração, a contribuição de professores inteirados das habilidades e conhecimentos técnicos necessários para a prática em sala de aula com este grupo de alunos, proporciona um ambiente compatível para a promoção do desenvolvimento e evolução acadêmica dessas crianças.
Durante todo o ensino básico, é importante desenvolver habilidades nos jovens com autismo, a partir de oficinas de artes e esportes, pensando, sobretudo, no crescimento pessoal do estudante.
Em tempos remotos, como podemos trabalhar a educação especial direcionada a alunos com TEA?
De fato o atual cenário modificou completamente a configuração das relações com o sistema de ensino de modo geral. Com as aulas remotas, os desafios dos professores, alunos e família são inúmeros.
A comunidade escolar necessitou encontrar maneiras de adequar e manter a qualidade de ensino, tanto quanto presencial. Mas para isso o docente precisaria de estratégias e ferramentas que o permitam contribuir com as aulas, a fim de cumprir com o papel da educação.
Novas alternativas de metodologias e ferramentas didáticas são aplicadas e no caso em questão, quando se trata de alunos com TEA, é substancial levar em consideração alguns fatores importantes ao personalizar para cada estudante uma forma de ensinar e aprender diferenciada e, sobretudo, que atenda suas necessidades.
A Super Ensino, enquanto plataforma de reforço escolar, realiza inúmeras ações de apoio a esse eixo importantíssimo que é composto por família, escola e aluno. Para além de tudo isso, a nossa plataforma conta com a produção de materiais digitais em formato PDF, um cronograma de aulas ao vivo, aplicativo com videoaulas e muito mais. Contamos também com materiais impressos, como os cadernos de apoio desenvolvidos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que possuem o objetivo de auxiliar os professores e oferecer suporte educacional para a comunidade escolar, intencionando assim, que a inclusão aconteça em todos os ambientes onde o aluno estiver inserido.
Estudante com TEA em aula remota desenvolvendo atividades escolares artísticas que ativam suas habilidades motoras e criativas. [4]
Para alunos com Transtorno do Espectro Autista, algumas habilidades motoras devem ser levadas em consideração no momento de aplicação das atividades escolares, como a coordenação olho-mão, trabalhando no preparo do cérebro e corpo para a escrita à mão, a formação das letras e como encontrá-las nas páginas; a coordenação bilateral, habilidade que permite a realização de tarefas simples; a postura, o equilíbrio e coordenação, visando manter a atenção e o foco da criança, assim como a regulação emocional e o comportamento. Exemplo de atividades como essas, que podem ser realizadas com as iniciativas da Super Ensino, são os SuperDesafios que ocorrem semanalmente em nossas redes sociais para engajar os alunos, que envolvem iniciativas artísticas, criativas e estimula do conhecimento prévio do aluno.
Cruzar a linha média das atividades propostas é crucial para a progressão do cérebro do indivíduo no espaço escolar. Tudo isso tendo como base que o desenvolvimento psicomotor possibilita o domínio sobre o próprio corpo e seus movimentos, bem como dos aspectos emocionais e cognitivos.
Crédito das imagens:
[1] Dr Ake Krisda / Shutterstock
[2] Adriaticfoto / Shutterstock
[3] Juliya Shangarey / Shutterstock
[4] Adriaticfoto / Shutterstock